Um dia
após ter ficado fora da disputa pela Presidência da República, Marina Silva
(PSB) começou a calibrar o discurso e negociar o formato do anúncio de seu
apoio a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições.
A
ex-senadora estuda a melhor maneira de se colocar ao lado do tucano sem parecer
incoerente com a postura de "nova política" que defendeu durante a
campanha e enumera pontos de seu programa de governo que pedirá que sejam
incorporados pela candidatura do PSDB.
A reforma
política, com o fim da reeleição, a educação em tempo integral e a sustentabilidade
estão entre os itens colocados à mesa pela ex-senadora. Todos eles já aparecem
contemplados no programa de governo tucano.
Nesta
segunda (6), Marina reuniu seus principais aliados no apartamento em que se
hospeda em São Paulo. Ouviu a opinião de todos mas deixou claro que, caso não
haja consenso entre o PSB, partido que a abriga desde outubro de 2013, e a Rede
Sustentabilidade, seu grupo político, tomará uma posição individual pró-Aécio.
"A
avaliação é que não dá para ter mais quatro anos desse governo. Isso é ponto
pacífico. O nosso compromisso é com o movimento de mudança", disse João
Paulo Capobianco, um dos mais próximos assessores de Marina.
Um dos
trunfos de seu discurso, avalia a pessebista, é o eventual apoio da viúva de
Eduardo Campos, Renata Campos, a Aécio. A fidelidade à família e ao legado do
ex-companheiro de chapa, morto em 13 de agosto, justificaria a aliança.
Segundo a
Folha apurou, Renata começou nesta segunda consultas a aliados para formular
seu discurso em favor de Aécio. O irmão do ex-governador, Antônio Campos,
declarou voto no tucano em sua página do Facebook, mas ressaltou que aquela era
uma posição pessoal.
A Rede
marcou reunião para a noite de terça-feira (7), em São Paulo, na qual deve se
comprometer com a mudança, mas liberar seus filiados para escolher entre Aécio
e Dilma Rousseff (PT). Já o PSB convocou encontro em Brasília na quarta-feira
(8) para definir o futuro político do partido no segundo turno.
O
presidente nacional da sigla, Roberto Amaral, defendia apoio à petista, mas tem
dito que "às vezes um reacionário pode ser um avanço", em referência
ao candidato do PSDB. O anúncio oficial deve sair na quinta-feira (9).
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